26 de julho de 2011

Snujs



Os snujs são címbalos de metal, usados um par em cada mão. Um deles se prende ao dedo médio e o outro ao dedão por meio de um elástico. O elástico não deve estar muito solto para não cair, e nem muito apertado para não prender a circulação sanguínea.

Eles podem ser tocados pelos músicos, ou então pela própria bailarina enquanto dança. Neste caso, requer grande habilidade da bailarina, que deve dançar e tocar ao mesmo tempo.

É um instrumento percussivo que pode acompanhar a música toda, apenas algumas partes e/ ou os breaks (paradas) da música. Geralmente as músicas mais indicadas são as mais aceleradas, mais animadas, com ritmos ou floreados bem marcados. Não é indicado tocar em taksins ou qualquer outro momento lento da música.

Os snujs dão um incremento à dança, já que dinamizam o ritmo e dão floreado à música. Mas é preciso conhecer bastante a música e treinar bem os toques para que o som fique bom. Pois caso contrário, a música e a dança ficarão poluídas.

Existem snujs prateados ou dourados, lisos ou com desenhos, pequenos, médios ou grandes. A escolha depende da preferência de cada um, bem como da habilidade, pois os snujs maiores requerem mais treino.

Com o tempo os snujs podem escurecer ou ficar esverdeados e para voltar à sua cor original, pode-se usar alguns produtos que são vendidos em casas especializadas de instrumentos.

São necessários alguns cuidados com o armazenamento para prolongar a qualidade do som e a aparência dos snujs. Por isso é importante não guardá-los úmidos e deixá-los envolto em algum tecido.

O bom som produzido pelo snuj acontece quando se toca um no outro e logo em seguida o som ainda continua reverberando no ar. Ou seja, quanto mais o som se estender no ar, melhor é a qualidade do snuj.

Dançando com a bengala / bastão.



A Dança do Bastão é a versão feminina de uma dança masculina chamada Tahtib. É conhecida também como Raks Al Assaya. Folclórica, alegre, é geralmente dançada ao som do ritmo Said, podendo também ser dançada com os ritmos Baladi e Maqsoum. Said é o nome de uma região ao norte do Egito, local de onde se originou tal dança. Movimentos delicados onde as mulheres apenas manejam o bastão demonstrando suas habilidades com o objeto, usando-o também como uma “moldura” para mostrar o corpo durante a execução de seus movimentos.

As mulheres demonstram toda sua habilidade girando o bastão de várias formas sempre com muito charme e delicadeza. Ao dançar, a bailarina demonstra destreza, equilíbrio e sensualidade, e sua expressão deve ser de alegria. A vestimenta cobre o ventre, como um vestido, que pode ser de vários modelos, com abertura lateral, ou não, justo ou mais folgado, entre outros. Acessórios como xales, cintos, enfeites de cabeça, brincos de medalhas são bem-vindos.

A curva da bengala deve estar geralmente pra baixo durante a dança. Mas também cabe lembrar que há bengalas sem essa curva, que se assemelham mais a um bastão. Qualquer um desses modelos é apropriado para dançar.

Dançando Meleah Laff



Significa lenço (meleah) enrolado (laff). Esta dança foi vista unicamente no Egito, mais especificamente no subúrbio do Cairo. Nos anos 20, surgiu uma moda no Cairo, onde as mulheres da sociedade começaram a usar o Meleah, grande lenço preto, enrolado ao corpo. A moda passou, mas as garotas do subúrbio até hoje continuam a usar seus lenços. No entanto, agora elas o usam na dança.
A amarração padrão do Meleah passa o véu por baixo dos seios, prendendo uma das pontas embaixo do braço. Do outro lado, o véu passa por cima da cabeça e é seguro pela mão. Durante a dança, a bailarina “puxa” o Meleah para que este fique justo ao corpo e ressalte suas formas femininas, principalmente o quadril. No decorrer da música, a bailarina solta o lenço e dança até o fim com ele nas mãos. É comum vê-las dançando com um chadô (quase sempre de crochê) cobrindo o rosto, que também pode ser tirado no decorrer da apresentação. Outra observação interessante: a dançarina masca chiclete durante a dança (tradicionalmente, as egípcias costumam mascar goma de miske).
Com um jeito de andar despreocupado como de “menina sapeca”, o lenço e o chador cobrindo o que mais tarde será descoberto, o ato de mascar chiclete, a música (sempre muito alegre) são fatores importantes que caracterizam as garotas Baladi (nascidas naquele país) do Egito. É uma dança cheia de estereótipos, onde é necessário charme e uma pitada de ousadia de quem a interpreta.
O ritmo mais usado é o malfuf. É comum, nesta dança, vermos a bailarina emitindo várias vezes a zagareeta, tradicional grito de exaltação.

Raks Al Balaas - dançando com o jarro.



A dança com o jarro é uma dança folclórica que surgiu entre os beduínos (povos do deserto) em um ritual de reverência à água. A água era escassa e por isso sagrada no Egito Antigo, e só era obtida após as cheias do Rio Nilo. As mulheres, ao encherem seus jarros com água do Nilo, celebravam a vida através de movimentos de seus corpos com o jarro. Por isso é uma dança alegre, de celebração, comemoração. É conhecida também como Dança do Nilo, como Raks Al Balaas, e também como dança da Samaritana. O traje mais recomendado para a apresentação é o vestido, ou outro que mantenha a barriga coberta. O jarro pode ser de barro (ou imitando barro) ou enfeitado, depende da preferência. Os ritmos mais adequados são o Said e o Falahi.Os movimentos desta dança são alegres, descontraídos, animados. A bailarina faz movimentos com o jarro, além de colocá-lo algumas vezes sobre partes do corpo, como a cabeça, cintura e ombros.

18 de julho de 2011

O que esperar da sua primeira aula.



São muitos os motivos que levam as mulheres a procurar a Dança do Ventre , mas a verdade é que todas acabam se apaixonando de alguma forma por essa Arte tão antiga e feminina . As expectativas são tantas que logo surgem as perguntas: “Quando vou dançar assim?”,” Será que um dia eu vou conseguir” “Porque eu me sinto tão descordenada?”? Essas e muitas outras perguntas ouço frequentemente das alunas que fazem minha aula pela primeira vez e também sei que as vezes em seus silêncios muitas dúvidas pairam na cabeça dessas dançarinas de primeira viagem.
Já na primeira aula você pode, e deve ficar atenta para não ser enganada , dança do ventre é algo sério! Não é só sair copiando a professora que está tudo bem. Prestem atenção se a professora faz alongamento especifico, se ela está atenta ao que acontece dentro da sala, se tem didática e se a forma dela dançar lhe agrada. São itens necessários! Outra coisa, se perceberem que não é o que você espera, não se reprima e troque de professora , é o seu corpo e o seu aprendizado que está em jogo. A sua obrigação na primeira aula é sair satisfeita, feliz, se sentindo bem e tendo a certeza que de fez a escolha certa!

A importância da meia ponta.



Na Dança do Ventre, meia-ponta não é apenas sinal de elegância. Mantida corretamente firme, ela garante a execucão dos movimentos de quadril mais definidos e vigorosos.
É comum alunas e bailarinas cometerem este equívoco, pois embora seja um detalhe que faz muita diferença, ele é muito sutil.
Ao executarmos shimmies, batidas laterais ou qualquer movimento de quadril em meia-ponta, estamos substituindo a sustentação, o limite e a firmeza que o chão nos oferece, por uma base só nossa de tudo isso.
Ao utilizarmos a meia-ponta, estamos vivenciando a função de nossos pés que é a de nos sustentar, nos dar base e equilíbrio.

Como Aquiles, na mitologia grega, os calcanhares são o ponto vulnerável, pois devem ser mantidos altos como se tivessem asas. Eles são os primeiros a ceder sob o peso do nosso corpo fazendo com que oscilemos para cima e para baixo na execução dos movimentos. Logo ganhamos uma dança saltitante que compete com a definição e limpeza que dá destaque aos movimentos de quadril.

Outro motivo de atenção aos calcanhares é que ao executarmos os movimentos de quadril temos os joelhos semi-flexionados, no meio do caminho oferecendo espaço para que as oscilações (sobe/desce) de quadril possam ser possíveis. Se os calcanhares não estão firmes, os joelhos automaticamente acabam dividindo 50% do espaço que deveria servir para os movimentos do quadril, com os calcanhares, provocando uma oscilação de calcanhar em direção ao chão. Assim o movimento que deveria ser quadril-joelho-quadril se transforma em quadril-joelho-calcanhar-joelho-calcanhar. Sem percebermos, a longo prazo nosso foco que é o quadril, fica enfraquecido cada vez mais.

Lembremos que devemos movimentar o quadril em meia-ponta como se o suporte chão estivesse ainda "colado" em nossos calcanhares.


Resumindo:
1. Delimite uma altura de calcanhar confortável para você.
2. Mantenha a sustentação maior de peso do corpo entre o dedão e o dedo médio, para não oscilar nas laterais.
3. Mantenha os joelhos em semi-flexão.
4. Cuide para que ao executar os movimentos de quadril, seus calcanhares oscilem o mínimo possível.

Braços e mãos, leitura da alma.



Os braços e as mãos na dança do ventre podem-se se dizer que é a marcar principal de cada bailarina é com eles que ela consegue passar a emoção que a música à faz sentir naquele momento, dar certa pessoalidade e deixar a energia emanar pelo seu corpo. Mesmo obedecendo a certas regras, os braços são aquelas notas musicais que encantam e as mãos é a magia que enobrece aquele momento único da apresentação. Desenhando movimentos livres pelo ar, os braços delatam nossa essência durante a dança.
Para as alunas que iniciam seu caminho na Dança Oriental, segue algumas dicas sobre movimentações de braços:
Os braços acontecem em formas de oitos, ondas, turbilhões, círculos. Eles marcam a melodia, pontuam paradas e desenham a sua personalidade. Trabalhados corretamente em instrumentos mais doces como: Nay (flauta), Alaúde (corda), violino etc darão graciosidade, mistério e sofisticação em sua apresentação.
"O trabalho de braço é um dos grandes desafios na DV, você precisa usá-los sempre de uma forma leve, suave, como se eles fossem continuidade/finalização do movimento do corpo, importante usar sempre cotovelos quebrados, mão delicada, com o dedo do meio esticado, ombros e braços sempre relaxados mas conscientes, nunca largados sabe?! Não tencione, apenas coloque intenção e consciência com energia! Ao trabalhar braços imagine sempre desenhos circulares no ar e de amplitude. Geralmente os braços de "robô" acontecem porque tentamos deixá-los bonitos através do posicionamento e acabamos tencionando para manter, mas o caminho correto é o da consciência, leveza e circulação, não deixe seus braços parados, eles devem dançar e desenhar com você!" (Prof. Sheila).

4 de julho de 2011

Shaabi, a dança do povo

Mas o que é Shaabi???


Nos subúrbios do Cairo desenvolveu-se uma dança típica aliada ao surgimento da musica "sha'abi"., a qual não é oficialmente reconhecida, mas que é extremamente famosa entre a população.
Em praticamente todas as festas não pode faltar a musica "sha'abi", a mesma está enraizada de tal forma que seria para os Egípcios impossível viver sem ela.
"sha'abi" significa "do povo" e a letra esta sempre associada a tema sociais e\ou políticos, o cantor deve saber bem a arte de mawal ( improvisação e saber contar historias. Um dos cantores famosos deste estilo de musica é Shabaan Abdul Raheem.
A dança em si é mais sexual, sem arabesquos, nem grandes técnica, baseada mais em sentimentos, expressões e movimentos mais lentos.
Nota-se que em palco pode-se usar vestidos bem justos com um lenço na cintura, no entanto no Egito o Shaabi puro dança-se com Galabeya , numa sociedade tradicional não se pode esperar que as meninas vão dançar com vestidos bem justos, como devem imaginar. Daí vem a técnica de sedução, as expressões faciais e das ondulações bem lentas e sinuosas para chamar á atenção.



Fonte: Marinna Hafsa