14 de setembro de 2011

A dança do ventre na terceira idade



A importância da qualidade de vida e o resgate da essência feminina em prol do bem-estar pessoal são vivenciados no dia a dia por mulheres que praticam a dança do ventre, especialmente aquelas com mais de 60 anos. Com base na própria experiência, como iniciante nessa arte, e considerando a prática de atividades físicas em benefício do envelhecimento ativo e integração social; a estética e imagem corporal no processo de inclusão social e comunicação; a limitação física e perda da capacidade funcional natural ao envelhecimento; e a identidade feminina, auto-estima e sensualidade; entrevistamos a publicitária e dançarina, professora de Dança Oriental Árabe, Daniela Dias A. F. de Barros Castro, 30 anos.

Portal - A dança do ventre pode atuar bio-psico e socialmente na qualidade de vida da mulher? Como?

A dança do ventre pode contribuir não só nessa área como em todas as outras, até porque não há restrição quanto à idade. A partir dos cinco anos qualquer pessoa pode praticar, salvo problemas graves de coluna ou articulações. A dança do ventre trabalha profundamente com o ego e a auto-estima, através não só dos passos como a caracterização adequada (de acordo com idade, peso e constituição física) ajuda a mulher a redescobrir sua sensualidade e, no caso da 3ª idade, sua sexualidade (sem vulgarização). O fato é que as aulas são direcionadas para cada grupo conforme suas características, ou seja, será trabalhado menos técnica e mais soltura de expressão corporal e facial; todos os passos e movimentos serão ministrados conforme possibilidade das alunas e esse conforto é que proporciona "a massagem do ego" e a auto-estima necessária para que cada aluna sinta-se uma nova mulher perante a sociedade. Aprofundando um pouco mais podemos observar um resgate de vários sentimentos que as pessoas supõem que devem deixar de lado na 3ª idade, como: vaidade, sensualidade, vigor, sexualidade e obviamente a auto-estima. Ao se ver praticando uma dança tão sensual e, digamos, não tão fácil, a mulher percebe que as coisas não mudaram tanto, que se ela insistir seu corpo ainda corresponde e bem aos exercícios e é essa satisfação que vai trabalhar os sentimentos citados acima. Completando esse quadro não podemos deixar de lado a caracterização que é muito importante também. A dança do ventre é uma arte que permite que você faça uso de seu figurino de acordo com o seu gosto, ou seja, você mostra o que quer e esconde aquilo que não quer! Qual mulher não se sentiria bem assim?

Portal - A dança do ventre pode e/ou deve ser adaptada para contemplar e atender essa nova mulher?

Todos os benefícios que forem citados são para todas as idades: a cada hora de aula perdem-se 300 calorias, há enrijecimento do tônus muscular, melhora postural, consciência corporal e melhora da coordenação motora. Além dos efeitos psicológicos já citados, em mulheres mais jovens ajuda a aliviar os desconfortos da menstruação. Obviamente, antes de se começar a praticar é indispensável uma avaliação médica, principalmente para quem sofre de problemas de coluna e articulações!

Portal - A sensualidade na terceira idade é, por vezes, assunto ignorado. Porém, o bem-estar bio-psíquico é determinante para a manutenção da dignidade e identidade feminina. A dança do ventre pode atuar superando esse "tabu"?

Antes de tudo é preciso que a mulher se liberte de qualquer medo, preconceito ou valores arraigados sobre a prática da dança em si; que nada mais é do que a celebração do feminino. É um ritual feito pelas mulheres e para as mulheres e aí sim posteriormente uma forma de entretenimento. Após esse entendimento podemos dizer que a Dança do Ventre na 3ª Idade vai trabalhar exatamente isso: a sensualidade, o bem-estar, a dignidade e a identidade feminina; pois vai provar, a partir do momento que a mulher se soltar na dança, livre de qualquer compromisso, que é possível ser tudo isso na terceira idade sem ser vulgar e menos ainda caricata. Basta estar bem consigo mesma que a dança do ventre ainda aflora muito mais!




Fonte: Portal do Envelhecimento por Denise Barros

















Ballet e Dança do Ventre, uma parceria de sucesso.



Engana-se quem pensa que a fusão entre o balé e a dança do ventre é algo novo. Estima-se que as primeiras adaptações da dança clássica ao mundo árabe surgiram na década de 30, quando as bailarinas russas que viajavam pelo oriente médio acabaram encantando as dançarinas de dança do ventre com sua leveza, dessa forma passaram a adaptar alguns movimentos para a sua dança. Além disso, é só pensar na meia ponta, nos giros e alguns deslocamentos que percebemos semelhanças entre essas duas modalidades.
Há algumas diferenças entre essa dança, no ballet o interesse vem desde a infância, a procura é pela melhoria da postura... já na dança do ventre o interesse surge mais na adolescência ou na fase adulta, a procura é devidoa vontade de perder a timidez, resgatar a feminilidade e a sensualidade. Mas esta não é a principal diferença e sim na postura. No balé, o corpo é um bloco só, estrutura rígida entre quadril, coluna e peito. Já na dança do ventre, a dissociação corporal é fundamental. Talvez esta seja a razão que muitas mulheres acreditam ser impossível juntar balé com dança do ventre. Mas como dito no início do post, podemos “pegar” alguns macetes do balé.
Hoje as bailarinas de dança do ventre que querem se profissionalizar recorrem ao ballet para melhorarem sua meia ponta, o que é imprescindível para uma postura correta e elegante e também para a execução de deslocamentos, giros, etc. Além desse benefício postural, o ballet doa para a bailarina mais agilidade e trabalha fortalecendo seus músculos. Dessa forma podemos afirmar que o ballet e a dança do ventre fizeram uma parceria de sucesso.