27 de maio de 2011

Fusões da dança do ventre.

Bellytango

O Bellytango, uma fusão da Dança do Ventre Clássica e o Tango Argentino, é um dos pontos fortes de Nanda Najla, uma das pioneiras deste estilo no Brasil. Por ser um estilo contemporâneo e muito recente, historicamente não há o que se dizer sobre ele. Devido a isso, Nanda, através de estudos específicos sobre o Tango e com sua forte experiência na Dança do Ventre, pôde desenvolver seu próprio conceito e estilo, resultando em algo simplesmente único. São poucas as bellydancers que ousaram se inspirar até então nas belíssimas composições argentinas. No ponto de vista de Nanda, a melodia rica em detalhes, exige domínio de leitura musical e destreza corporal. A elegância é um pré-requisito para este estilo, e claro, a expressão facial e corporal devem estar impecáveis. Resumindo, o Tango sendo a dança da carne, do desejo, dos corpos entrelaçados e a Dança do Ventre uma dança feminina, da sedução e fertilidade, o que se pode ter certeza é que a união das duas só poderia resultar em uma algo fascinante, envolvente e deslumbrante.





ZAMBRA, O FLAMENCO ÁRABE

Zambra é o nome dado à mistura do Flamenco com a Dança do Ventre. O nome Zambra vem do árabe "Samra", que quer dizer "morena". Este estilo é o que embalava as festas mouriscas (habitantes do norte da África), as quais sempre eram marcadas por muita alegria, palmas, algo bem próximo de festas ciganas, sendo um estilo característico da Andaluzia. Nesta região quatro povos trazidos pela dominação islâmica foram os principais veículos para esta fusão cultural: os bérberes, os turcos (provenientes de Damasco), os tartésicos (já estabelecidos em Guadalquivir, e descendentes das dinastias egípcias) e os ciganos (vindos do Egito, Índia e Europa Oriental).

Os passos consistem na mistura do Flamenco com a dança do ventre "pé no chão" (nada de meia-ponta, arabesque, giros do jazz, aqui é dança do ventre ghawazee). Do Flamenco, temos os posicionamentos dos braços, a postura (ombros para trás, demonstrando valentia), o movimento das mãos (para fora, ao invés para dentro da dança do ventre), sapateado, palmas. Da dança do ventre antiga temos: as ondulações, camelos, tremidos, básico egípcio. Os deslocamentos são como os ciganos, algumas vezes as dançarinas pegam nas saias e a sacodem como ciganas, ou andam com elas na mão, cobrindo parcialmente o corpo. Nesta dança há também o uso de muitos acessórios: xales, leques, bastões, velas, e instrumentos como castanholas, facas, címbalos, pandeiretas, percussões, entre outros.

A roupa das dançarinas de Zambra é semelhante a uma roupa cigana, mas também podem ter a barriga descoberta. Sempre tem o quadril adornado por um xale ou por um cinturão de medalhinhas. A saia densa e rodada é característica, a maioria são saias ciganas, mas há variações. A parte superior que se alterna bastante, desde a um bustiê comum a blusas com longas mangas de babados, sendo também muito usadas blusas ciganas (aquelas fofas na manga usadas com as mangas caída no ombro, desnudando o colo). Algumas dançarinas adotam o estilo ghawazee para compor seus figurinos, com lenços de medalhinhas na cabeça e um visual mais carregado de adereços (moedas, miçangas, etc).

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