28 de dezembro de 2011

Motivos para fazer Dança do Ventre em 2012.


• A dança do ventre não é apenas uma dança, é uma arte, é uma história, é algo que tem muito para te acrescentar não apenas fisicamente mas também culturalmente. Logo após as primeiras aulas de dança do ventre surge uma imensa curiosidade sobre a cultura oriental, principalmente nós ocidentais que vivemos em um universo tão diferente, é a partir daí que começamos a mergulhar em pesquisas na internet, vídeos no youtube, viagens... passamos a conhecer mais a fundo uma cultura que até então apenas nos fascinava ou então até mesmo desconhecíamos.

• As aulas de dança do ventre farão com que você desenvolva a sua capacidade de se relacionar ainda mais em grupo, já que para dançar você tem que deixar sua vergonha de lado e se soltar completamente. Além do mais, as aulas possuem uma capacidade absurda de relaxamento. Quando você entrar na sala de aula você deve esquecer tudo de ruim que ficou ali fora e este é um ponto ótimo para observarmos: você vai passar a reservar um tempo para si própria, coisa que as vezes é difícil na correria do dia a dia.

• Falando fisicamente não há o que discutir, a dança do ventre é um exercício completo que trabalha todos os músculos e estruturas do corpo. Emagrece, tonifica, alonga e dá flexibilidade... Permite que você trabalhe melhor a sua respiração e o seu condicionamento físico. Não dá barriga, pelo contrário, assim como qualquer outra atividade física, se você associar a dança do ventre com uma alimentação saudável e hábitos saudáveis garanto que você adquirirá aquele tão sonhado tanquinho.

• A dança do ventre como já disse em vários posts aqui, trabalha a mulher de dentro pra fora e aí está mais um motivo, ela vai melhorar a sua auto-estima, vai fazer você gostar cada dia mais e mais do seu corpo.

• Assim como o Pilates, a dança do ventre é um exercício que permite uma ampla intimidade entre você e o seu corpo, você passa a descobrir pedacinhos, ossinhos, músculos que até então desconhecia. Você passa a enxergar seu corpo não apenas como um todo e sim como minúsculas partes que quando juntas formam essa escultura que é o corpo feminino.

• A dança do ventre vai despertar ainda mais a sua feminilidade, a sutileza e os movimentos leves da dança irão fazer aflorar ainda mais a essência de ser mulher, não há outra dança que trabalhe tão bem esse aspecto como a dança do ventre.

• Você vai melhorar e muito a sua coordenação motora, não pensa que é fácil isolar as partes do seu corpo fazemos movimentos diferenciados, a dança do ventre exige muita concentração e muita habilidade e eu garanto que em 3 meses você já vai sentir a diferença!

• Vai te ajudar a combater o stress, como eu falei no início deste post, só o fato de você reservar um momento para você já vai fazer toda a diferença, esse tempinho será o necessário para você respirar fundo, cuidar de você e sair da sala pronta para dominar o mundo e as tensões do dia a dia.

Resumindo tudo eu posso dizer a dança do ventre vai te transformar em outra pessoa, você vai se sentir cada dia mais mulher e vai ver que o mundo com a dança do ventre fica muito mais interessante, atrativo e feliz!

23 de dezembro de 2011

Jawaris, as populares odaliscas.


O nome Jawari pode parecer estranho e desconhecido, mas este era o nome dado as servas da sociedade árabe-islâmica antes do século XV, após este período elas começaram a ser chamadas pelo nome que até hoje é muito conhecido entre nós: ODALISCAS. As Jawaris não eram muçulmanas, eram cristãs capturadas em guerras e vendidas no mercado, elas eram divididas em dois sub grupos: as responsáveis pelas casas e pelas notícias e as qinas responsáveis pelo entretenimento, destas as que se destacassem pela sua voz eram alvos de disputas pelos nobres. Mais tarde passaram a ser chamadas de concubinas.

As Jawaris formavam os famosos haréns, elas entretinham seus senhores com conversas sobre poesias e filosofia e além disso cantavam e dançavam. O harém era dirigido pela mãe do sultão e ao contrário do que muitos pensam não era um lugar voltado para o sexo.

Foi no Impérico Turco otomano que as Jawari passaram a ser chamadas de Odaliscas, as que eram belas ou possuíam algum talento para canto e dança eram treinadas para se tornarem amantes dos sultões e se fossem bem sucedidas na sua arte de sedução, ou como cantoras ou dançarinas, poderiam ganhar algum status fora do harém, sendo utilizadas até mesmo para dar as "boas vindas" aos visitantes do Império.
A partir do séc. XIX, quando as nações européiaspassaram a comercializar seus produtos e ao mesmo industrializar os países árabes, as odaliscas tiveram quase um papel diplomático, ao representarem a hospitalidade dos sultões através de seus corpos e de sua dança. A dança do ventre encantou profundamente os imperialistas europeus, que fascinados, passaram a exportar para a Europa algo como um show de cabaret, primeiramente na França sob o nome "Danse du Ventre", nome este que passou a designar toda essa modalidade de dança no mundo ocidental (o nome original é Raqs Sharqi, que quer dizer, Dança do Oriente).
A impressão deixada nos europeus pelas odaliscas pode ser conferida pelas diversas pinturas que encontramos até mesmo no Google. Pintores como Jean Auguste Dominique, Vicenzo Martinelli e Fabio Fabbi retrataram o imaginário europeu do que seria o harém, obras de erotologia árabe foram traduzidas, se iniciou o movimento que chamamos de "orientalismo" (o Oriente como algo envolto em misticismo e encantamento, como "o outro").

Agora sim sabemos de verdade quem eram as Odaliscas.

22 de dezembro de 2011

Dança do ventre: mais adeptas em Israel


A dança do ventre, que atrai cada vez mais adeptas em Israel, pode ser mais saúdavel do que se imagina. Segundo dados de um dos principais planos de saúde de Israel, 92,7% das mulheres que começam a aprender esse tipo de técnica diminuem significativamente o número de idas ao médico.
Uma experiência foi feita com 129 participantes de cursos de dança do ventre em Israel, com média de idade de 49 anos. Antes de começaram a fazer aulas de uma hora, duas vezes por semena, 53,6% dessas mulheres visitavam pelo menos um médico de três em três meses.
Depois de começarem a praticar a dança, esse percentual caiu para 7,3%. A maioria das mulheres passou a se consultar com médicos só uma vez por semestre.
Depois de um ano praticando o exercício, as mulheres passaram a receber notas mais altas na avaliação médica do plano de saúde, que vai de um a dez. Se, antes, eram avaliadas em 5,54 pontos, passaram a receber 9,09 pontos.
Fora isso, o Índice de Massa Corporal (BMI, em inglês) das dançarinas caiu, já que 70% das mulheres perderam peso.
A dança do ventre nasceu em cerimônias religiosas no Egito antigo, mas hoje é praticada em todos os continentes.

Fonte: www.oglobo.com.br por Daniela Kresch

20 de dezembro de 2011

Belly Fitness, um aula de dança do vente para academias.





Pode parecer estranho, mas existem sim aulas de dança do ventre voltadas especialmente para o público frequentador das academias de ginásticas e quando perguntamos por que as aulas devem ser diferentes temos várias respostas:



• Geralmente o tempo é reduzido;
• Muitas pessoas não estão ali para saírem profissionais na dança e sim para se divertir;
• A preocupação com a perda de peso é maior;
• A quantidade de alunas por sala é bem maior;
• As alunas não mantém um certo ritmo quanto a presença na sala, ou seja, tem alunas que fazem uma aula hoje e é só retornam depois de 15 dias
• Não podemos seguir um plano sequencial de aulas, ou seja, a cada aula termos um conteúdo novo, é sempre preciso retornar as bases.


Agora que já citei alguns motivos posso começar a falar desta modalidade, e vou começar falando um pouco de mim:


Quando comecei a dar aulas de dança do ventre iniciei por estúdios e escolas especializadas em dança, ou seja, o aluno vai ali para dedicar seu tempo ao estudo de uma dança, nem que não queira se profissionalizar e mesmo querendo uma atividade física o foco dele é aprender a dançar. No segundo ano de profissão fui chamada por uma grande rede de academias aqui de São Paulo e então comecei a ministrar aulas para o público fitness, posso dizer que esse primeiro ano foi o mais difícil da minha vida pois eu queria dar a mesma aula que estava acostumada e com o entra e sai de alunas durante as aulas não conseguia desenvolver quase nada e o pior elas achavam a aula parada e comparavam com as outras aulas de dança que a academia oferecia, resultado: baixa frequência e desânimo, solução: eu tinha que mudar! Foi nessa busca de soluções que conheci o trabalho da bailarina e professora americana Amira Mor, especializada na Belly dance for fitness, um grande sucesso nos EUA.
Passei a fazer cursos e estudar com ela, foi uma temporada para absorver e ir passando isso para as alunas e no final do curso eu já tinha um novo resultado: a frequência tinha aumentado bastante e eu estava apaixonada pelas aulas nas academias de ginástica, tão apaixonada que larguei os estúdios e hoje em dia sou conhecida pelo trabalho que desenvolvo para este público diferenciado. Apesar de um certo preconceito por profissionais mais antigas eu tenho em mente que nem tudo vai ser igual era para sempre, que a base e a essência deve ser a mesma, porém cada público merece uma atenção e um método diferenciado.


Uma aula de Belly fitness:


Uma aula de belly fitness costuma ter 60’, é composta por quatro partes: alongamento inicial (5’), técnica e desenvolvimento (20’), dança e coreografia (30’) e alongamento final (5’). Tirando a parte do alongamento a aula inteira é trabalhada em cima de uma ou duas coreografias, os passos são passados repetidamente e juntados repetidamente, se quiséssemos também poderíamos chamar esta aula de RITMOS ORIENTAIS.
Por aula devem ser queimadas no mínimo 500Kcal, porém numa aula bem puxada até 650Kcal podem ser eliminadas, é um mix de suavidade e leveza com aeróbicos concentrados.
A essência da dança do ventre é a mesma, eu passo para as minhas alunas todas as técnicas e movimentos que uma aula tradicional apresenta, porém faço isso na proposta da Belly Fitness.
Eu tenho um grande orgulho de dizer que fui uma das maiores incentivadoras dessa modalidade e que treinei 28 professoras de dança do ventre que hoje atuam nesta área aqui em São Paulo.

19 de novembro de 2011

Encaixe do quadril: pra quê e porquê?


A frase: “Vamos encaixar o quadril” na dança do ventre de início pode parecer uma mania chata da professora em estar sempre te corrigindo, pode também parecer algo não tão importante que parece só dificultar seus movimentos inicialmente, porém o encaixe é quase tudo na base técnica da belly dance.
De início, é imprescindível dizer que ele é importante para proteger a sua lombar. No começo do aprendizado da dança do ventre batemos muito com as alunas em seqüências repetitivas dos mesmos movimentos, se não tivermos um cuidado absoluto com isso lesionaremos a lombar e outras regiões do quadril onde afetamos com as repetições. Posicionando o seu bumbum para dentro, temos uma estrutura mais fortalecida, ereta e preparada para a recepção desses movimentos inúmeras vezes sem agredir o nosso corpo.
Falando mais esclarecidamente e explicando o que ocorre durante o encaixe no seu corpo eu posso dizer por utilizarmos muito o quadril na dança do ventre ele acaba sendo beneficiado por um fortalecimento na sua musculatura, promovendo um maior equilíbrio da estrutura corporal. Sabe-se que o quadril exerce uma função importante no corpo, é formado por músculos poderosos e bem equilibrados que não somente movimentam os membros, como também ajudam a manter a posição do tronco. A bacia se equilibra sobre o quadril e o peso do corpo será recebido na bacia, de duas formas: pelo sacro que recebe o peso do esqueleto e pelas asas ilíacas que recebem uma parte do peso das vísceras. Uma das funções desta região é oferecer uma base estável para os membros superiores. A estrutura corporal trabalha harmoniosamente com uma boa estabilidade que pode ser bem desenvolvida através dos movimentos de quadril.
Agora que conhecemos tudo o que acontece com o encaixe do quadril durante a dança e os benefícios que obtemos seguindo essa regrinha chata que nós professoras vivemos falando em sala de aula fica mais fácil nos esforçarmos para manter o bumbum bem encaixado.

7 de novembro de 2011

Dança do ventre não é dança indiana.



Escutando umas músicas indianas tive a idéia de fazer este post, uma dúvida que sempre respondo com frequência: Dança do ventre é igual a dança indiana? Essa pergunta aumentou ainda mais na época em que a Rede Globo exibia a novela Caminhos das índias, muitas alunas entraram nas turmas de dança do ventre achando que iriam aprender a dança da Maya (personagem vivida pela Juliana Paes). Mas vamos lá...
A maior semelhança que pode haver entre as duas danças é que ambas são um exercício para a alma e para o corpo, começam de dentro para fora e que ambas precisam de grande poder facial, ou seja, a expressão é tudo! Em termos de movimento, não possuem nada em comum. A dança do ventre concentra sua atividade no ventre, enquanto que a dança indiana trabalha mais com os pés. Elas na verdade, podem ser ótimos complementos, já que na dança indiana, praticamente não se usa o ventre, quando muito uma inclinação do tronco. Os movimentos na dança do ventre tendem a ser arredondados, circulares, enquanto que na indiana são lineares e geométricos. É bem simples, mas quando a pessoa é leiga eu creio que essas diferenças não sejam tão gritantes assim. Mas é isso, espero que eu tenha tirado a dúvida de quem confundia uma dança com a outra e que também tenha deixado ainda mais clara as diferenças para quem já sabia diferenciar.

Tarkan, o favorito de muitas alunas!



Por possuir uma música alegre, de batidas remixadas e refrões envolventes o cantor Tarkan é o favorito de algumas alunas. E é para eles que fiz um post com uma breve biografia cantor.
Tarkan é hoje um dos grandes idolos da música pop Turca na Turquia, fazendo também um grande sucesso internacionalmente. Ele abriu o mercado de música Turca para um tipo de música que não era tocada na Turquia. Suas músicas fazem uma mescla de estilos do oriente e ocidente com um fundo pop.
Tarkan começou a fazer sucesso por volta de 1994 depois de aparecer ao vivo em um programa especial de música pop para a rede de rádio e televisão Turca. Nasceu em 1972 na Alemanha e morou lá até completar seus 16 anos. Seus pais eram emigrantes Turcos. Em 1986 ele retornou a Turquia para estudar música, tocava também em bares e casa noturnas de Istambul. Tarkan teve uma educação em música classica e escreve suas próprias músicas. Ele estudou no conservatório de Karamurel na Turquia e teve como professores vários mestres Turcos. Ele conheceu então Mehmet Sogutoglu que fez dele uma estrela da musica pop turca. Seu primeiro album foi "Yine Sensiz" (Sem você de novo) que vendeu 700 mil copias lançado em 1992. Seu segundo album lançado em 1994 "Acayipsin" (Você é sensacional) vendeu mais de 2 milhões de copias na Turquia e 700 mil copias na Europa, um evento único para um cantor Turco. Em 1997, depois de ter feito uma longa pausa de 3 anos, Tarkan lançou seu terceiro album "Olurum Sana" (Morro por você) ele fez também um tour internacional no qual lotou um estádio em Londres, o Bataclan em Paris e Arena em Berlim. Quando o album foi lançado ele alcançou o terceiro lugar na França e o número um na Belgica e Alemanha. Seu quarto album foi lançado em 1999 e se chama "Tarkan" e contém uma coletânea de suas melhores músicas, este album foi criado especialmente para conquistar mercados internacionais, como a Europa, Asia, Estados Unidos e America Latina.
Em 2001 ele lançou o album "Karma" que foi um sucesso na Turquia e na Europa. Em 2003 ele lançou o album "Dudu" que contém 5 músicas e 5 remixes. Tarkan fez também uma turnê pela Turquia e várias apresentações para a televisão Turca. Tarkan segue sendo um idolo para os Turcos e conquistando o público internacional.

15 de outubro de 2011

A visão de Mahmoud El Masri sobre a dança do ventre nos dias de hoje.



Mahmoud El Masri é o nome artístico de Mahmoud Hassabou, um egípcio radicado no Brasil há 28 anos. Com excelente pronúncia e apenas um resquício do sotaque árabe, devido à longa permanência no Brasil, Mahmoud falou com propriedade sobre a dança do ventre em uma entrevista de pouco mais de uma hora de duração. Segundo Mahmoud, falar sobre dança do ventre é algo muito complexo. Principalmente no Brasil, onde muita gente se ofende com as críticas desse egípcio que é um profundo conhecedor dessa arte milenar. Ele considera um privilégio poder falar abertamente sobre todos os assuntos aqui e compara nossa liberdade de expressão às restrições de seu país de origem. “Na minha terra isso é uma coisa um pouco mais rara, mais difícil... Poder expressar da forma que a gente se expressa aqui. Então se eu vivo aqui, um dos maiores motivos é que eu me sinto mais livre, sou um cidadão e posso falar, elogiar, reclamar e me expressar”.


Opiniões críticas sobre a prática da dança do ventre no Brasil:


Aqui, algumas vezes, as dançarinas estão mais preocupadas com a estética corporal, em usar roupas transparentes e então fogem da tradição, do costume, acabam caindo na vulgaridade. A dança acaba perdendo a beleza de ser tradicional e estar em um país totalmente democrático. Aqui não existem tradições tão antigas. O Brasil tem 500 anos de idade, é um bebê perante o mundo inteiro. E aqui temos misturas de todo o mundo. Por isso tem gente bonita. Misturas de culturas que procuram preservar as tradições. No sul, os descendentes de alemães e italianos quando em suas danças típicas mantêm a tradição. Não alteram suas roupas típicas achando que precisam mudar os costumes porque vivem num país livre. Nas colônias alemãs as maquiagens, trancinhas nos cabelos, vestidos longos e bem grossos, permanecem sendo utilizados. Até por causa das temperaturas frias da Alemanha se dança com aquelas roupas. E mesmo vivendo no calor daqui nunca substituíram as roupas por algum tecido bem fino... Com as outras culturas acontece a mesma coisa, seja entre os japoneses, chineses, latinos ou russos que estejam morando aqui.
Mas quando o assunto é dança do ventre acontece a falta de respeito às tradições. Arrasam a dança. E quando eu tento expressar minha opinião algumas dançarinas respondem que aqui é um país livre e democrático... Muitas delas só se preocupam em se mostrar super sexy... Mas se perguntarmos aos casais e outras pessoas do público o que eles pensam sobre a dança do ventre, muitos vão dizer que é vulgar. Algumas mulheres não querem que o marido assista ao show porque muitas bailarinas quando dançam exibem uma sexualidade que incomoda. Acho que essa mentalidade estragou a dança do ventre aqui no Brasil. E acabou estragando a dança nos próprios países de origem. Estão viajando daqui para lá, com o objetivo de estragar por lá também. E conseguem, tentando dizer que é uma abertura...
Eu não concordo com a teoria de que a dança do ventre no Brasil virou moda. Não, para mim não é moda. Virou comércio, uma forma de lucrar. Mas não é moda, nem tradição. Nem sensualidade. E acho que se ensina muito mal. Por que grande parte das bailarinas não sabe que música está tocando, quem é que está cantando, qual instrumento está sendo tocado. Eu quero saber se existe um cantor que não saiba o nome dos instrumentos que estão no palco em que ele canta. Não existe isso! Quem quer ser músico tem que saber o nome dos instrumentos. O mínimo que a bailarina devia saber é o nome da música. Poucas sabem. Mas a maioria fala “eu quero dançar a música número sete!”. Dizem que não sabem o nome das músicas e acham isso normal.
Quando a gente for ensinar dança do ventre tem que ensinar primeiramente a música, dança do ventre tem que ter musica. Pode ter música árabe sem a dança, mas não pode existir dança do ventre sem música. A música pode te proporcionar essa experiência. Agora imagine se você ainda puder entender o que a musica está dizendo! Imagine o que ela poderá proporcionar. Mas tem bailarina que fala “nossa essa música é uma delícia!”, mas não sabe a letra. E mesmo sem saber nada diz que é linda. Imagine se ela souber o significado do que está tocando, em cada parte o que a música diz... Todas as músicas falam alguma coisa, têm história, por isso foram feitas. Se existe letra, mais ainda. A expressão é mais clara ainda. Mas aqui não se fala sobre isso, não se entende nada sobre isso. Temos que entender como funcionam as coisas, aqui só se mexe o corpo. E quando se mexem querem fazer tudo de forma exagerada. Muitas vezes usam os pontos mais baixos que podem colocar dentro da dança como destaque. Esquecem da simplicidade, da beleza da dança, da suavidade, da sensualidade, esquecem de tudo isso. Colocam agressividade, sexualidade, exageros, vulgaridade.
Agora está na moda inventar danças exóticas para ensinar como novidade. Acho que não precisavam inventar a dança de peneirar trigo na Jordânia. Com todo respeito à Jordânia, mas o que peneirar trigo tem a ver com dança? A dança de recolher feijão da terra? Não existem essas coisas... Vamos pelo mais tradicional. Vamos dançar um dabke, por exemplo, que tem coreografias bonitas, vamos ensinar danças folclóricas árabes, egípcias, temos tantas danças folclóricas lindas, então é isso que eu quero dizer.
Não se pode desmoralizar uma dança milenar. A dança do ventre não pertence mais aos países árabes. Ela pertence à humanidade. Nós não estamos fazendo comédia. Temos que respeitar as tradições e os costumes!

Publicado originalmente em http://corposemventre.blogspot.com/, dia 20/03/2008

11 de outubro de 2011

At Night They Dance: A noite, elas dançam.




O documentário canadense At Night They Dance está dando o que falar. E não é à toa: o filme de Isabelle Lavigne e Stéphane Thibault nos leva para dentro do fascinante e obscuro mundo das dançarinas do ventre do Egito.
Filmado antes da revolução egípcia, At Night They Dance, premiado documentário dos cineastas Isabelle Lavigne e Stéphane Thibault, oferece um olhar diferente sobre o Cairo, centrando-se nas beldades egípcias que dançam por dinheiro, quando a noite cai.
Lavigne foi a primeira a ser sugada pelo ritmo hipnotizante do Cairo, quando ela e seu marido, Thibault, visitaram a cidade num feriado há cinco ou seis anos atrás, o que era para durar duas semanas acabou se transformando em 3 anos. Enquanto estava por lá, Lavigne ficou imersa na cultura local, aprendendo a falar árabe e a dançar. Ao passar tanto tempo com o povo do Cairo, Lavigne ficou fascinada com as mulheres que viu dançando nos cabarés e eventos sociais. Ela então dividiu suas observações com Thibault. "Eu conversei com Stéphane sobre o paradoxo das dançarinas de Dança do Ventre na sociedade egípcia. Elas são amadas e adoradas, mas são também desprezadas por suas práticas consideradas vergonhosas e pecaminosas."


Sobre o filme:


Em At Night They Dance, o espectador é levado a uma comunidade do Cairo e deixado lá para compreendê-la sozinho. Essa comunidade é onde vive Reda, mãe de sete filhos, com mais um a caminho. A família de Reda é formada por dançarinas de Dança do Ventre, uma tradição cada vez mais rara entre entre as famílias em razão da corrupção do ofício por lá, que vai desde o uso de drogas à prostituição.
"Nós não queríamos nos aprofundar no lado negro dessa atividade e, depois de quatro meses pesquisando famílias, pensamos que poderíamos não fazer o filme," diz Lavigne. "Então encontramos Reda e sua família e, na mesma hora, vimos quão carismática e forte ela era. Eles nos lembraram os personagens do dramaturgo Michel Tremblay, sempre da classe trabalhadora, mulheres espirituosas."
Reda é uma personagem fantástica. Num momento, condena o comportamento dos filhos e, num outro, os defende veementemente. "Eu sempre a amei, desde o primeiro dia," declara Lavigne, com carinho. "Eu amo sua energia, sua complexidade. Ela é linda."
Mesmo linda, o que não falta é drama na casa de Reda, e ninguém de sua família parece estar nem um pouco tímido com a câmera que invade suas vidas. "O senso de intimidade deles muito diferente do nosso," explica Lavigne, citando como exemplo vizinhos que sempre olhavam pelas janelas. "A câmera era apenas como uma outra pessoa entre eles." Essa outra pessoa capta uma dicotomia que muitas vezes é bastante evasiva num filme. "Espera-se sempre que as mulheres sejam humildes e reservadas," diz Lavigne sobre um sentimento que conhece há algum tempo. "Então, você se depara com essas mulheres, numa sociedade tradicional, que têm essa força. Todas nós temos isso escondido lá dentro, o que esperam de nós e o que realmente somos." Com toda essa pressão todos os dias, não é de se admirar que dancem a noite toda.


Veja mais em:






14 de setembro de 2011

A dança do ventre na terceira idade



A importância da qualidade de vida e o resgate da essência feminina em prol do bem-estar pessoal são vivenciados no dia a dia por mulheres que praticam a dança do ventre, especialmente aquelas com mais de 60 anos. Com base na própria experiência, como iniciante nessa arte, e considerando a prática de atividades físicas em benefício do envelhecimento ativo e integração social; a estética e imagem corporal no processo de inclusão social e comunicação; a limitação física e perda da capacidade funcional natural ao envelhecimento; e a identidade feminina, auto-estima e sensualidade; entrevistamos a publicitária e dançarina, professora de Dança Oriental Árabe, Daniela Dias A. F. de Barros Castro, 30 anos.

Portal - A dança do ventre pode atuar bio-psico e socialmente na qualidade de vida da mulher? Como?

A dança do ventre pode contribuir não só nessa área como em todas as outras, até porque não há restrição quanto à idade. A partir dos cinco anos qualquer pessoa pode praticar, salvo problemas graves de coluna ou articulações. A dança do ventre trabalha profundamente com o ego e a auto-estima, através não só dos passos como a caracterização adequada (de acordo com idade, peso e constituição física) ajuda a mulher a redescobrir sua sensualidade e, no caso da 3ª idade, sua sexualidade (sem vulgarização). O fato é que as aulas são direcionadas para cada grupo conforme suas características, ou seja, será trabalhado menos técnica e mais soltura de expressão corporal e facial; todos os passos e movimentos serão ministrados conforme possibilidade das alunas e esse conforto é que proporciona "a massagem do ego" e a auto-estima necessária para que cada aluna sinta-se uma nova mulher perante a sociedade. Aprofundando um pouco mais podemos observar um resgate de vários sentimentos que as pessoas supõem que devem deixar de lado na 3ª idade, como: vaidade, sensualidade, vigor, sexualidade e obviamente a auto-estima. Ao se ver praticando uma dança tão sensual e, digamos, não tão fácil, a mulher percebe que as coisas não mudaram tanto, que se ela insistir seu corpo ainda corresponde e bem aos exercícios e é essa satisfação que vai trabalhar os sentimentos citados acima. Completando esse quadro não podemos deixar de lado a caracterização que é muito importante também. A dança do ventre é uma arte que permite que você faça uso de seu figurino de acordo com o seu gosto, ou seja, você mostra o que quer e esconde aquilo que não quer! Qual mulher não se sentiria bem assim?

Portal - A dança do ventre pode e/ou deve ser adaptada para contemplar e atender essa nova mulher?

Todos os benefícios que forem citados são para todas as idades: a cada hora de aula perdem-se 300 calorias, há enrijecimento do tônus muscular, melhora postural, consciência corporal e melhora da coordenação motora. Além dos efeitos psicológicos já citados, em mulheres mais jovens ajuda a aliviar os desconfortos da menstruação. Obviamente, antes de se começar a praticar é indispensável uma avaliação médica, principalmente para quem sofre de problemas de coluna e articulações!

Portal - A sensualidade na terceira idade é, por vezes, assunto ignorado. Porém, o bem-estar bio-psíquico é determinante para a manutenção da dignidade e identidade feminina. A dança do ventre pode atuar superando esse "tabu"?

Antes de tudo é preciso que a mulher se liberte de qualquer medo, preconceito ou valores arraigados sobre a prática da dança em si; que nada mais é do que a celebração do feminino. É um ritual feito pelas mulheres e para as mulheres e aí sim posteriormente uma forma de entretenimento. Após esse entendimento podemos dizer que a Dança do Ventre na 3ª Idade vai trabalhar exatamente isso: a sensualidade, o bem-estar, a dignidade e a identidade feminina; pois vai provar, a partir do momento que a mulher se soltar na dança, livre de qualquer compromisso, que é possível ser tudo isso na terceira idade sem ser vulgar e menos ainda caricata. Basta estar bem consigo mesma que a dança do ventre ainda aflora muito mais!




Fonte: Portal do Envelhecimento por Denise Barros

















Ballet e Dança do Ventre, uma parceria de sucesso.



Engana-se quem pensa que a fusão entre o balé e a dança do ventre é algo novo. Estima-se que as primeiras adaptações da dança clássica ao mundo árabe surgiram na década de 30, quando as bailarinas russas que viajavam pelo oriente médio acabaram encantando as dançarinas de dança do ventre com sua leveza, dessa forma passaram a adaptar alguns movimentos para a sua dança. Além disso, é só pensar na meia ponta, nos giros e alguns deslocamentos que percebemos semelhanças entre essas duas modalidades.
Há algumas diferenças entre essa dança, no ballet o interesse vem desde a infância, a procura é pela melhoria da postura... já na dança do ventre o interesse surge mais na adolescência ou na fase adulta, a procura é devidoa vontade de perder a timidez, resgatar a feminilidade e a sensualidade. Mas esta não é a principal diferença e sim na postura. No balé, o corpo é um bloco só, estrutura rígida entre quadril, coluna e peito. Já na dança do ventre, a dissociação corporal é fundamental. Talvez esta seja a razão que muitas mulheres acreditam ser impossível juntar balé com dança do ventre. Mas como dito no início do post, podemos “pegar” alguns macetes do balé.
Hoje as bailarinas de dança do ventre que querem se profissionalizar recorrem ao ballet para melhorarem sua meia ponta, o que é imprescindível para uma postura correta e elegante e também para a execução de deslocamentos, giros, etc. Além desse benefício postural, o ballet doa para a bailarina mais agilidade e trabalha fortalecendo seus músculos. Dessa forma podemos afirmar que o ballet e a dança do ventre fizeram uma parceria de sucesso.

20 de agosto de 2011

Música árabe.


Há basicamente cinco estilos diferentes de música árabe para a dança do ventre: músicas modernas, músicas folclóricas, músicas clássicas, solos de percussão e taksin.

Músicas modernas geralmente são lineares, não oferecendo grandes mudanças. Costumam apresentar um ritmo só do início ao fim, e o mais comum é o ritmo said, embora às vezes possa ter também o baladi e o malfuf. Geralmente elas são cantadas, e como exemplos de cantores modernos temos: Ehab Tawfic, Amr Diab, Nancy, etc. Por não terem grandes variações são ideais para as iniciantes.

Músicas folclóricas são aquelas adequadas para as danças folclóricas árabes dos mais diversos países, como a dança da Bengala, o Khaleege, entre outros. Entre os ritmos mais presentes estão o Said, o Malfuf, Falahi, o Soudi, o Ayubi. Na música folclórica muitas vezes há a flauta Mizmar, aquela cujo som é agudo e se assemelha a um “mosquito”.

Músicas clássicas: são as músicas mais longas, podendo ter até 12 minutos de duração. São também as mais difíceis de dançar, pois apresentam muitas variações de ritmos, velocidades e instrumentos, exigindo da bailarina, portanto, uma variedade de passos e bem como habilidade para marcar as nuances da música. Geralmente começam com uma grande entrada, na qual a bailarina se apresenta ao público, fazendo deslocamentos, e podendo entrar com véu. E a música finaliza com essa mesma parte em que se iniciou, e é onde a bailarina se despede do público. No meio da música clássica, os ritmos e os instrumentos variam bastante, e geralmente pode aparecer um solo de percussão, um taksin, uma parte cantada, ou uma parte folclórica. E neste caso cabe à bailarina saber interpretar bem cada momento deste estilo de música grandiosa.

Solos de percussão: como diz o nome, só há percussão, não há voz e não há nenhum outro instrumento melódico. O principal instrumento de percussão é o derbak, então ele quase sempre estará presente em um solo. No entanto, provavelmente também haverá algum pandeiro, podendo ter também snujs. Neste tipo de música a bailarina precisa marcar bem as batidas de percussão na música, já que ela será composta somente por sons batidos.

Taksim é um tipo de música onde há apenas o som de um instrumento melódico, que pode ser o violino, ou acordeon, ou uma flauta, ou alaúde, ou kanoun, entre outros. Nesta música o músico está improvisando, o que significa que o que está tocando não está escrito, e que não voltará a se repetir da mesma maneira. No taksin pode haver acompanhamento de um instrumento de percussão ou não. É um estilo de música que requer da bailarina movimentos mais lentos, contidos, com poucos deslocamentos em cena.

1 de agosto de 2011

Palavras básicas para facilitar a interpretação da música.





Uma das grandes chaves para uma apresentação bem sucedida e aplaudida de pé é a interpretação e a expressão da bailarina. Eu sei que pode parecer bobagem, mas é muito estranho você ver apresentações em que a letra da música relata um sofrimento e a bailarina está rindo sem parar e vice e versa. Também sei que o domínio da língua árabe é muito difícil e que é impossível saber todas as letras de cabeça. Foi por isso que fiz este post com algumas palavrinhas que constantemente aparecem nas músicas árabes, sabendo-as fica mais fácil a compreensão das letras.

Bhebak (birrébaqui) - "eu te amo"
Habibi (rrabibi) - "meu querido", "meu amado" - ninguém sabia!!heheh
Omri (omiri) - "minha vida"
Ahlan (arrlan) - "venha", "seja bem-vindo"
La (la) - "não"
Aiwa (aiuá) - "sim", "isso", "claro"
Yalla (ialá) - "vamos", "venha" (para animar o pessoal)
Eh (ê) - "o quê", "como assim?"
Leh (lê) - "por quê?"
Esma (ismá) - "ouça"
Oul (ul) - "fale"
Ayouni (aiuni) - "meus olhos" (quer dizer o mesmo que "habibi")
Showaya (chuaiê) - "toque" o derbake, o instrumento musical
Keda (quida) - "assim", "desse jeito"
Qalbi (albi) - "meu coração"
Taala (taala) - "venha", "se aproxime"
Raqs (raquis) - "dançar", "dançando"
Enta, Enti (enta, inti) - "você" (masculino e feminino)

Habibi Ia aini - Letra e Tradução

Atendendo a muitos pedidos das minhas alunas fiz este post com a letra e a tradução de Habibi Ia Aini, uma das músicas mais conhecidas do repertório árabe.


Habibi ya Aini / Amor dos meus olhos
Ya aini ya Leili / Olhos da noite
Yam sahar aini / Enfeitiça meus olhos
Bein hari wei leili / De dia e de noite

Walla shta'na / Juro que estou com saudades
Wahyatei einak / Juro pelos seus olhos
Yamfarei'na / Desde que nos separamos
Shta'na lei einounak / Estou com saudades do seus olhos

Beiou joudak yabou samra / Perto de você, morena
Yehla sahar beileil / Vamos nos divertir a noite
Weil heilou bei yetiwal omra' / E a beleza dura a vida toda
Wein ghanee ya aini ya leil / Quando encanto, oh meus olhos e minha noite

El maghna hayateil roh / A canção é a vida da alma
Yeishfeil albeil majrouh / E cura um coração ferido
Yalla neiro's wein ghanee / Vamos dançar e cantar
Weinesh bei ahla janee / E viver no mais belo paraíso

Yalla, yalla yalla / Vamos, vamos vamos
Yalla, yalla yalla / Vamos, vamos vamos


Sucessos ocidentais com uma roupagem oriental

A banda turca Dolapdere Big Gang é composta por 9 músicos, a maioria da cidade de Dolapdere, e entrou no mundo da música com seu primeiro álbum, "Strangers Local" regravando sucessos da música internacional ocidental com uma roupagem oriental árabe.
Basicamente, a banda regrava os hits pops e de rock com instrumentos musicais turcos, e já é sucesso não só na Turquia, como em todo o mundo. Segundo palavras dos próprios integrantes da banda, a Dolapdere Big Gang é diferente das bandas de outros países por que: "A Turquia é um país que inclui uma série de culturas em sua estrutura devido à sua localização como uma ponte entre Ásia e Europa. Por isso, tem sido influenciada igualmente por essas culturas. Na música, vemos essas influências também, mas até agora, nossa música foi moldada ao estilo ocidental, até mesmo o seu ritmo. O que estamos fazendo é exatamente o contrário, porque entendemos que para ter nossa música reconhecida em todo o mundo, temos de fazer música em nossa própria maneira tradicional, usando nossos próprios instrumentos e idéias musicais. Nós recompomos as músicas a "nossa maneira.". Além disso, eles acrescentam: "Por anos nós fomos grandes admiradores de grandes hits internacionais. Agora é nossa vez. É hora de todo mundo, de Sting para Madonna e Deep Purple para Michael Jackson ser nossos admiradores."


26 de julho de 2011

Snujs



Os snujs são címbalos de metal, usados um par em cada mão. Um deles se prende ao dedo médio e o outro ao dedão por meio de um elástico. O elástico não deve estar muito solto para não cair, e nem muito apertado para não prender a circulação sanguínea.

Eles podem ser tocados pelos músicos, ou então pela própria bailarina enquanto dança. Neste caso, requer grande habilidade da bailarina, que deve dançar e tocar ao mesmo tempo.

É um instrumento percussivo que pode acompanhar a música toda, apenas algumas partes e/ ou os breaks (paradas) da música. Geralmente as músicas mais indicadas são as mais aceleradas, mais animadas, com ritmos ou floreados bem marcados. Não é indicado tocar em taksins ou qualquer outro momento lento da música.

Os snujs dão um incremento à dança, já que dinamizam o ritmo e dão floreado à música. Mas é preciso conhecer bastante a música e treinar bem os toques para que o som fique bom. Pois caso contrário, a música e a dança ficarão poluídas.

Existem snujs prateados ou dourados, lisos ou com desenhos, pequenos, médios ou grandes. A escolha depende da preferência de cada um, bem como da habilidade, pois os snujs maiores requerem mais treino.

Com o tempo os snujs podem escurecer ou ficar esverdeados e para voltar à sua cor original, pode-se usar alguns produtos que são vendidos em casas especializadas de instrumentos.

São necessários alguns cuidados com o armazenamento para prolongar a qualidade do som e a aparência dos snujs. Por isso é importante não guardá-los úmidos e deixá-los envolto em algum tecido.

O bom som produzido pelo snuj acontece quando se toca um no outro e logo em seguida o som ainda continua reverberando no ar. Ou seja, quanto mais o som se estender no ar, melhor é a qualidade do snuj.

Dançando com a bengala / bastão.



A Dança do Bastão é a versão feminina de uma dança masculina chamada Tahtib. É conhecida também como Raks Al Assaya. Folclórica, alegre, é geralmente dançada ao som do ritmo Said, podendo também ser dançada com os ritmos Baladi e Maqsoum. Said é o nome de uma região ao norte do Egito, local de onde se originou tal dança. Movimentos delicados onde as mulheres apenas manejam o bastão demonstrando suas habilidades com o objeto, usando-o também como uma “moldura” para mostrar o corpo durante a execução de seus movimentos.

As mulheres demonstram toda sua habilidade girando o bastão de várias formas sempre com muito charme e delicadeza. Ao dançar, a bailarina demonstra destreza, equilíbrio e sensualidade, e sua expressão deve ser de alegria. A vestimenta cobre o ventre, como um vestido, que pode ser de vários modelos, com abertura lateral, ou não, justo ou mais folgado, entre outros. Acessórios como xales, cintos, enfeites de cabeça, brincos de medalhas são bem-vindos.

A curva da bengala deve estar geralmente pra baixo durante a dança. Mas também cabe lembrar que há bengalas sem essa curva, que se assemelham mais a um bastão. Qualquer um desses modelos é apropriado para dançar.

Dançando Meleah Laff



Significa lenço (meleah) enrolado (laff). Esta dança foi vista unicamente no Egito, mais especificamente no subúrbio do Cairo. Nos anos 20, surgiu uma moda no Cairo, onde as mulheres da sociedade começaram a usar o Meleah, grande lenço preto, enrolado ao corpo. A moda passou, mas as garotas do subúrbio até hoje continuam a usar seus lenços. No entanto, agora elas o usam na dança.
A amarração padrão do Meleah passa o véu por baixo dos seios, prendendo uma das pontas embaixo do braço. Do outro lado, o véu passa por cima da cabeça e é seguro pela mão. Durante a dança, a bailarina “puxa” o Meleah para que este fique justo ao corpo e ressalte suas formas femininas, principalmente o quadril. No decorrer da música, a bailarina solta o lenço e dança até o fim com ele nas mãos. É comum vê-las dançando com um chadô (quase sempre de crochê) cobrindo o rosto, que também pode ser tirado no decorrer da apresentação. Outra observação interessante: a dançarina masca chiclete durante a dança (tradicionalmente, as egípcias costumam mascar goma de miske).
Com um jeito de andar despreocupado como de “menina sapeca”, o lenço e o chador cobrindo o que mais tarde será descoberto, o ato de mascar chiclete, a música (sempre muito alegre) são fatores importantes que caracterizam as garotas Baladi (nascidas naquele país) do Egito. É uma dança cheia de estereótipos, onde é necessário charme e uma pitada de ousadia de quem a interpreta.
O ritmo mais usado é o malfuf. É comum, nesta dança, vermos a bailarina emitindo várias vezes a zagareeta, tradicional grito de exaltação.

Raks Al Balaas - dançando com o jarro.



A dança com o jarro é uma dança folclórica que surgiu entre os beduínos (povos do deserto) em um ritual de reverência à água. A água era escassa e por isso sagrada no Egito Antigo, e só era obtida após as cheias do Rio Nilo. As mulheres, ao encherem seus jarros com água do Nilo, celebravam a vida através de movimentos de seus corpos com o jarro. Por isso é uma dança alegre, de celebração, comemoração. É conhecida também como Dança do Nilo, como Raks Al Balaas, e também como dança da Samaritana. O traje mais recomendado para a apresentação é o vestido, ou outro que mantenha a barriga coberta. O jarro pode ser de barro (ou imitando barro) ou enfeitado, depende da preferência. Os ritmos mais adequados são o Said e o Falahi.Os movimentos desta dança são alegres, descontraídos, animados. A bailarina faz movimentos com o jarro, além de colocá-lo algumas vezes sobre partes do corpo, como a cabeça, cintura e ombros.

18 de julho de 2011

O que esperar da sua primeira aula.



São muitos os motivos que levam as mulheres a procurar a Dança do Ventre , mas a verdade é que todas acabam se apaixonando de alguma forma por essa Arte tão antiga e feminina . As expectativas são tantas que logo surgem as perguntas: “Quando vou dançar assim?”,” Será que um dia eu vou conseguir” “Porque eu me sinto tão descordenada?”? Essas e muitas outras perguntas ouço frequentemente das alunas que fazem minha aula pela primeira vez e também sei que as vezes em seus silêncios muitas dúvidas pairam na cabeça dessas dançarinas de primeira viagem.
Já na primeira aula você pode, e deve ficar atenta para não ser enganada , dança do ventre é algo sério! Não é só sair copiando a professora que está tudo bem. Prestem atenção se a professora faz alongamento especifico, se ela está atenta ao que acontece dentro da sala, se tem didática e se a forma dela dançar lhe agrada. São itens necessários! Outra coisa, se perceberem que não é o que você espera, não se reprima e troque de professora , é o seu corpo e o seu aprendizado que está em jogo. A sua obrigação na primeira aula é sair satisfeita, feliz, se sentindo bem e tendo a certeza que de fez a escolha certa!

A importância da meia ponta.



Na Dança do Ventre, meia-ponta não é apenas sinal de elegância. Mantida corretamente firme, ela garante a execucão dos movimentos de quadril mais definidos e vigorosos.
É comum alunas e bailarinas cometerem este equívoco, pois embora seja um detalhe que faz muita diferença, ele é muito sutil.
Ao executarmos shimmies, batidas laterais ou qualquer movimento de quadril em meia-ponta, estamos substituindo a sustentação, o limite e a firmeza que o chão nos oferece, por uma base só nossa de tudo isso.
Ao utilizarmos a meia-ponta, estamos vivenciando a função de nossos pés que é a de nos sustentar, nos dar base e equilíbrio.

Como Aquiles, na mitologia grega, os calcanhares são o ponto vulnerável, pois devem ser mantidos altos como se tivessem asas. Eles são os primeiros a ceder sob o peso do nosso corpo fazendo com que oscilemos para cima e para baixo na execução dos movimentos. Logo ganhamos uma dança saltitante que compete com a definição e limpeza que dá destaque aos movimentos de quadril.

Outro motivo de atenção aos calcanhares é que ao executarmos os movimentos de quadril temos os joelhos semi-flexionados, no meio do caminho oferecendo espaço para que as oscilações (sobe/desce) de quadril possam ser possíveis. Se os calcanhares não estão firmes, os joelhos automaticamente acabam dividindo 50% do espaço que deveria servir para os movimentos do quadril, com os calcanhares, provocando uma oscilação de calcanhar em direção ao chão. Assim o movimento que deveria ser quadril-joelho-quadril se transforma em quadril-joelho-calcanhar-joelho-calcanhar. Sem percebermos, a longo prazo nosso foco que é o quadril, fica enfraquecido cada vez mais.

Lembremos que devemos movimentar o quadril em meia-ponta como se o suporte chão estivesse ainda "colado" em nossos calcanhares.


Resumindo:
1. Delimite uma altura de calcanhar confortável para você.
2. Mantenha a sustentação maior de peso do corpo entre o dedão e o dedo médio, para não oscilar nas laterais.
3. Mantenha os joelhos em semi-flexão.
4. Cuide para que ao executar os movimentos de quadril, seus calcanhares oscilem o mínimo possível.